China e a Natureza Jurídica dos Créditos de Carbono

Nos últimos anos, os créditos de carbono têm ganho destaque, principalmente como resultado da busca de países por soluções para lidar com as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A China se destaca neste contexto devido à sua potência econômica e à maneira como aborda a natureza jurídica desses créditos.

A questão da conciliação entre o sistema jurídico chinês, que é fortemente influenciado pelo direito civil, e o modelo de common law mais comum em muitos países ocidentais, está no center desse debate.

Um estudo abrangente do advogada Su Meng (Molly), sócia da renomada King & Wood Mallesons, permite entender melhor essa teia jurídica complexa.

O common law é o conhecido como direito anglo-saxão, que começou na Inglaterra durante a idade média no século XII. Foi definido como um “direito comum” devido à falta de uma estrutura jurídica semelhante.

O objetivo era estabelecer uma relação estável entre os proprietários de terras e o Estado, representado pelo monarca.

A mais importante característica do common law é que não é codificado (como no Brasil, não há código civil ou criminal). Assim, sua aplicação é mais objetiva e as regras vão se desenvolver à medida que as complexas relações sociais avançam.

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O Enigma dos Créditos de Carbono

Quando se começa a examinar a natureza jurídica dos créditos de carbono, pode-se encontrar várias questões intrigantes. Quais são os benefícios relacionados ao crédito de carbono? Quem é considerado o proprietário legal? Essas questões aparentemente técnicas têm uma influência significativa do comércio e nas finanças globais, com impacto direto em empresas e nações.

A dificuldade reside no fato de que, apesar do crescente comércio transfronteiriço e do necessidade urgente de alcançar metas climáticas ambiciosas, ainda não existe uma legislação internacional definitiva sobre os créditos de carbono. No entanto, organizações como o UNIDROIT e a UNCITRAL estão fazendo um grande esforço para criar um sistema jurídico abrangente para esses créditos.

O Papel Jurídico dos Créditos de Carbono

A natureza jurídica dos créditos de carbono é muito diferente de um país para outro, refletindo as diferentes tradições jurídicas e métodos de regulação que são usados. Por exemplo, no Austrália, esses créditos são considerados propriedade pessoal e podem ser herdados. Na Argentina, são considerados valores mobiliários, mas nos Estados Unidos são considerados mercadorias intangíveis. A variedade de abordagens cria mais obstáculos para a integração dos créditos de carbono em todo o mundo.

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A China: Progressos e Desafios

O sistema nacional de certificados de reduções de emissões (CCER) da China tem se destacado como uma ferramenta crucial para a luta contra o efeito estufa. Contudo, há desafios especiais para integrar esse sistema às práticas de créditos de carbono em todo o mundo. O país usou uma abordagem inovadora, o “duplo” registro, que permite a validação dos créditos tanto do sistema chinês quanto nos outros sistemas internacionais.

No entanto, investidores e empresas que operam do mercado de carbono chinês continuam se preocupando com a falta de padrões legais claros. Ainda não há uma abordagem jurídica sólida para questões como direitos de propriedade, transações em caso de insolvência e a credibilidade dos créditos.

Perspectivas para o futuro

A integração entre direito civil e common law nos mercados de carbono é cada vez mais necessária à medida que o mundo se move em direção à uma economia de baixo carbono.

Para criar um quadro jurídico robusto, flexível e adaptável às necessidades em constante mudança do mercado de carbono, é necessário um diálogo contínuo entre os principais atores, que incluem governos, empresas, organizações internacionais e a sociedade civil.

Os esforços globais de cooperação serão necessários para abordar o complicado conflito que existe entre o direito civil e o common law nos mercados de carbono. A China, devido à sua influência crescente e aos seus métodos criativos, terá um papel importante nesse processo.

Créditos de carbono  da BR ARBO são essenciais para a economia de baixo carbono

Os créditos de carbono, são mecanismos financeiro que representam a diminuição ou a eliminação de uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente (CO2te) da atmosfera. A compensação e os créditos de carbono são obtidos por meio de uma variedade de iniciativas e projetos que visam diminuir as emissões.

Um exemplo desses iniciativas é o projeto Mejúrua da BR ARBO, o qual busca proteger uma grande área na Amazônia e capturar uma grande quantidade de CO2.

Por Ana Carolina Ávila

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