A Abatable, consultoria especializada em mercados de carbono, alerta que até 2030 a demanda por créditos de carbono pode superar a oferta.
O início recente do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA) foi difícil e cheio de dúvidas.
Em um relatório recente, a Abatable simulou dois cenários para os créditos do CORSIA. Eles enfatizam que, mesmo com estimativas conservadoras, a demanda por créditos não superará 100 milhões até 2034.
Isso levanta dúvidas sobre a capacidade do mercado de carbono de atender à demanda crescente por reduções de emissões.
Em entrevista à S&P Global Commodity Insights, Maria Eugenia Filmanovic, cofundadora da Abatable, afirmou: “A oferta da Fase 1 será suficiente para satisfazer a procura, mas onde vemos a maior lacuna é na Fase II, onde haverá uma aceleração da procura, pois esta fase será mais obrigatória.”
Programa de créditos de carbono do CORSIA
A fase inicial do CORSIA começou em 1 de janeiro de 2024 e durará até 2026. Atualmente, 126 países, que representam aproximadamente 80% das emissões anuais do setor do aviação, participam voluntariamente do esquema.
No entanto, a segunda etapa do CORSIA está programada para ocorrer entre 2027 e 2035 e exigirá que a maioria dos voos de quase todos os estados participe.
Os analistas da Commodity Insights projetam que as obrigações de compensação do CORSIA cobrirão quase 1,5 bilhão de toneladas métricas de CO2 equivalente (mtCO2e) até 2035, levando em consideração as reduções do uso de combustível de aviação sustentável (SAF).
Idealmente, as emissões de aviação podem voltar a 85% dos níveis de 2019 ainda este ano. Isso aumentará a demanda por créditos do CORSIA para mais de 100 milhões em 2027.
Além disso, projetos que podem ser elegíveis para metodologias piloto aprovadas pelo CORSIA aumentarão a oferta, aumentando a demanda.
Saiba mais: CORSIA
Problemas envolvendo o projeto
Os créditos disponíveis na fase inicial do CORSIA são restritos à Architecture for REDD+ Transactions (ART) e ao American Carbon Registry. Atualmente, apenas 7,14 milhões de créditos do ART da Guiana que seguem o padrão TREES são elegíveis.
Os preços dos créditos CORSIA tendem a permanecer em níveis elevados devido ao aumento da demanda e da oferta.
Em 13 de maio, o contrato futuro de unidades de emissões elegíveis do CORSIA foi concluído em US$ 15/mtCO2e.
Em 12 de abril, os preços atingiram um máximo histórico de US$ 23/tCO23. A avaliação do Platts CEC, que reflete os créditos elegíveis na fase inicial do CORSIA, foi de US$ 11,25/mtCO2e em 13 de maio.
Segundo Filmanovic, a medida que mais oferta chega ao mercado, esperamos que os preços diminuam. Além disso, ela diz que os próximos créditos provavelmente virão de países africanos por meio de projetos de fogões, reduzindo ainda mais os preços.
A liderança de iniciativas de integridade do mercado voluntário de carbono poderia despertar um interesse renovado nos créditos CORSIA, apesar dos obstáculos enfrentados. As empresas de vários setores podem procurar créditos CORSIA com maior interesse, o que pode elevar os preços se a oferta não atender à demanda.
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Aumento na demanda por créditos de carbono
Embora o mercado de carbono enfrente dificuldades significativas, também oferece oportunidades que podem ajudar a impulsionar a transição verso uma economia de baixo carbono.
O sucesso do plano do cumprimento de seus objetivos de redução de emissões depende da oferta e demanda de créditos CORSIA.
Assim como o CORSIA, a BR ARBO também está no mercado de créditos de carbono e busca reduzir as emissões de CO2 que são emitidas a atmosfera. O projeto liderado por Gaetano Buglisi, conserva uma grande região em maior ecossistema brasileiro.
Por Ana Carolina Ávila
