Um recente painel de especialistas da indústria de energia, reunido em Calgary, destacou a necessidade urgente de um mercado de carbono estável para viabilizar investimentos em captura e armazenamento de carbono (CCS).
A incerteza atual, tanto no curto quanto no longo prazo, tem dificultado a tomada de decisões finais de investimento em projetos críticos para a redução das emissões de CO₂.
Uma possível solução levantada pelo painel é a implementação de contratos de carbono por diferença, que garantem um preço mínimo para os créditos de carbono.
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Captura de carbono por Diferença como Solução
Atualmente, a Entropy Inc. é a única empresa canadense com tal contrato, acordado em 2023 com o governo federal por US$ 200 milhões.
No entanto, especialistas afirmam que este modelo precisa ser ampliado para todo o setor de energia. Garantindo que os projetos de captura de carbono tenham suporte financeiro suficiente e não fiquem sujeitos a mudanças de políticas governamentais.
A presidente da Câmara de Comércio de Calgary, Deborah Yedlin, também destacou a importância de harmonizar os mercados internacionais de carbono.
Isso seria crucial para incentivar empresas a investir em tecnologias de captura de carbono, que exigem prazos de 20 a 30 anos para se consolidarem.
O economista de energia Peter Tertzakian comparou os projetos de CCS a “negócios de eliminação de resíduos” e reforçou que é essencial criar condições econômicas claras para estimular esses investimentos no setor energético.
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O Projeto Mejuruá e as Oportunidades no Brasil
No Brasil, o Projeto Mejuruá, da BR ARBO em conjunto com Gaetano Buglisi, é um exemplo de como iniciativas de captura de carbono podem ser aplicadas no contexto florestal.
O projeto, voltado para a restauração da Amazônia, pode se beneficiar de um mercado de carbono estável.
Assim como os projetos discutidos no Canadá, precisa de segurança financeira para garantir seu impacto ambiental positivo a longo prazo.
Por Ana Carolina Ávila