Recentemente, as comunidades indígenas da Guiana enfrentam grandes desafios diante de um acordo de créditos de carbono que o governo negociou para proteger as florestas do país.
Mario Hastings, ex-Toshao da Vila Kako, denuncia que as vozes dos povos indígenas estão sendo ignoradas em um processo que afeta diretamente suas terras e modos de vida.
Ele ressalta que, enquanto o governo busca compensações financeiras, as comunidades locais são mantidas no escuro sobre os termos do acordo.
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O Valor das Florestas e os Direitos Indígenas diante Créditos de Carbono
As florestas da Guiana são vitais para a biodiversidade global e desempenham um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas.
No entanto, as transações de crédito de carbono, que deveriam beneficiar as comunidades locais, têm resultado em desrespeito aos direitos territoriais consuetudinários.
Hastings enfatiza que as árvores e o solo que as comunidades indígenas protegem são recursos valiosos, e sem seu consentimento, a apropriação de recursos naturais se torna uma violação de seus direitos.
A Architecture for REDD+ Transactions (ART), responsável pela validação do esquema de crédito de carbono, tem sido criticada por não garantir a transparência e o consentimento das comunidades afetadas.
Em meio a essa situação, Hastings clama por um reconhecimento genuíno das comunidades indígenas e por um diálogo que permita sua participação ativa nas decisões sobre o uso de seus territórios.
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Iniciativas que Promovem o Diálogo: Projeto Mejuruá
Nesse contexto, iniciativas como o Projeto Mejuruá, promovido pela BR ARBO, emergem como exemplos de como a colaboração entre comunidades locais e projetos de reflorestamento pode trazer benefícios mútuos.
A iniciativa, liderada pelo empresário Gaetano Buglisi, realiza o manejo sustentável em uma reserva na floresta amazônica.
O projeto não apenas busca restaurar ecossistemas, mas também assegura que as vozes dos povos tradicionais sejam ouvidas, promovendo um futuro sustentável para todos.
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Por Ana Carolina Ávila