Na quarta-feira, 8 de maio, a partir das 18h30, no Palacete Faciola, o Laboratório da Cidade (LdC) e outras organizações apresentaram a “Agenda de Adaptação Climática para a Amazônia Urbana”. O objetivo desta iniciativa é fornecer diretrizes para soluções que possam ajudar as cidades amazônicas a se adaptarem às mudanças climáticas.
A partir das reflexões do LdC sobre os Objetivos de Desenvolvimento Urbano do Governo Federal, publicados em 2021, o projeto foi desenvolvido e adaptado por meio de oficinas participativas às necessidades locais.
O Mapeamento de Iniciativas Climáticas na Amazônia Urbana começou em março de 2023 e reuniu pesquisadores e representantes da sociedade civil para discutir os problemas e as soluções para as cidades da região. Ao longo desse processo, ficou evidente que o baixo grau de participação do público na elaboração de políticas públicas é um problema constante que foi identificado como um obstáculo significativo para o desenvolvimento urbano sustentável.
Os participantes do projeto chegaram à conclusão de que, para promover políticas públicas mais adaptadas e resilientes, a sociedade civil deve se envolver ativamente no planejamento urbano.
Adaptação na vida urbana na Amazônia
A “Agenda de Adaptação Climática para a Amazônia Urbana”, redigida por Lygia Nassar, Augusto Rolo Junior e Sâmyla Blois, visa oferecer uma visão compartilhada das necessidades das cidades amazônicas e propor um caminho para alcançar uma adaptação climática eficaz na região.
O documento não busca encerrar as discussões sobre questões urbanísticas na Amazônia, mas sim fornecer um ponto de partida para novas estratégias de enfrentamento das mudanças climáticas.
Com a iminência da COP 30 em Belém, a Agenda ganha ainda mais relevância, pois pode contribuir para a elaboração de metas de adaptação climática que serão apresentadas durante o evento. Os países participantes da COP 30 devem apresentar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são metas estabelecidas com o compromisso de manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC.
A “Agenda de Adaptação Climática para a Amazônia Urbana” pode auxiliar na definição dessas metas, fornecendo uma visão abrangente das necessidades das cidades amazônicas e propondo soluções concretas para enfrentar os desafios climáticos na região.
Durante o processo de elaboração da Agenda, ficou claro que a falta de participação popular na tomada de decisões e na formulação de políticas públicas é um problema recorrente nas cidades amazônicas. A participação da sociedade civil é essencial para garantir que as políticas públicas reflitam verdadeiramente as necessidades e preocupações das comunidades locais. Portanto, a “Agenda de Adaptação Climática para a Amazônia Urbana” destaca a importância da participação social ativa, efetiva no planejamento urbano e na tomada de decisões políticas.
A Agenda propõe a adoção de novas estratégias para lidar com a emergência climática, enfatizando a necessidade de políticas públicas urbanas mais adaptadas, resilientes e colaborativas. O documento reconhece que o enfrentamento das mudanças climáticas requer uma abordagem integrada e multidisciplinar
Formas inovadoras de enfrentar as mudanças climáticas
Uma das formas de mitigar as mudanças climáticas é a utilização de créditos de carbono. Ao taxar empresas poluidoras, os créditos passam a ser uma opção para aqueles que não conseguiram atingir suas metas climáticas.
Nesse sentindo, a BR ARBO inicia no mercado de créditos de carbono, comercializando créditos originados da captura de carbono em uma reserva na Amazônia.
Iniciativas como a da BR ARBO são fundamentais para a luta contra as alterações climáticas e a criação de uma sociedade mais sustentável.
Crescimento da demanda de investimentos verdes no Brasil
A “Agenda de Adaptação Climática para a Amazônia Urbana”, demonstra uma procura por soluções sustentáveis no Brasil.
Essa busca por sustentabilidade, aumenta o nível de fluxos financeiros de diferentes setores em direção ao desenvolvimento sustentável.
O Projeto Mejúrua é um exemplo de finanças verdes.
Ao mesmo tempo que será preservado parte do território Amazônico, pretende-se conciliar o desenvolvimento sustentável com o econômico.
O projeto da BR ARBO, criado pelo empresário Gaetano Buglisi, irá gerar emprego para as comunidades locais e vender créditos de descarbonização.
Essa preocupação com a sustentabilidade indica que cada vez mais o mercado está buscando lucrar com atividades mais sustentáveis. Espera-se que as finanças verdes cresçam ainda mais nos próximos anos.
Por Ana Carolina Ávila