Em 2024, a Amazônia registra um número recorde de queimadas, com 14.250 focos de calor detectados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) até 7 de julho.
Esse é o maior número em duas décadas para o primeiro semestre do ano.
E representa um aumento de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.
Significância das queimadas na Amazônia
Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), comentou sobre os dados.
Ele destaca que, apesar de os focos de calor indicarem um alerta, é necessário avaliar a extensão da área queimada para mensurar o estrago.
Estados como Roraima enfrentam situações críticas, com 33% dos focos de incêndio concentrados ali, o maior número desde 1998.
O prolongamento da estação seca e o acúmulo de material orgânico seco na vegetação contribuem para a alta inflamabilidade das florestas.
Além disso, a combinação das mudanças climáticas com o fenômeno El Niño intensifica a vulnerabilidade da Amazônia aos incêndios.
O El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal do Oceano Pacífico, causou secas históricas na região, tornando o solo altamente inflamável.
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Fatores que potencializam as queimadas
Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), explica que a vegetação em algumas regiões potencializam queimadas.
Por exemplo no Mato Grosso e Pará já apresenta características típicas de um período seco prolongado, aumentando o risco de incêndios.
Além das condições climáticas, o desmatamento é um fator crucial para a propagação do fogo, uma vez que áreas desmatadas frequentemente são incendiadas para limpeza.
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Medidas emergenciais estão sendo intensificadas para o segundo semestre.
Com ações focadas principalmente no cinturão do desmatamento, uma região crítica para o desmatamento e queimadas na Amazônia.
A preservação da floresta é fundamental para mitigar os estragos causados pelo fogo. E a redução do desmatamento tem mostrado resultados positivos na diminuição das queimadas.
É essencial combater o uso ilegal do fogo e punir os responsáveis por incêndios criminosos.
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Projeto Mejuruá impede queimadas
O Projeto Mejuruá se dedica à preservação da floresta amazônica e à promoção de práticas sustentáveis.
O projeto da BR ARBO encontra-se diretamente alinhado com as ações para combater as queimadas e proteger a Amazônia.
As iniciativas de financiamento e combate ao desmatamento e incêndios florestais complementam os esforços do projeto.
Uma vez que ele visa criar um ambiente sustentável e seguro na região. Protegendo tanto a biodiversidade quanto as comunidades locais.
A união dessas ações fortalece a luta contra as atividades ilegais e a degradação ambiental, promovendo um futuro mais sustentável para a Amazônia.
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Por Ana Carolina Ávila