Um ano após o governo federal ter anunciado o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas), a iniciativa ainda não foi colocada em prática.
O plano, que visa combater a criminalidade na região amazônica, foi apresentado em junho do ano passado pelo então Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
E oficializado por decreto presidencial em julho.
No entanto, até agora, nenhum dos principais elementos do plano, como a construção de 34 bases de segurança, foi realizado.
Financiamento do Plano Amazônia
O Amas prevê um investimento total de R$ 2 bilhões, com 80% dos recursos destinados aos estados da Amazônia Legal.
Financiado pelo Fundo Amazônia e administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O plano ainda não iniciou os processos de aquisição das bases de segurança e outros equipamentos.
Devido à necessidade de elaboração dos documentos de planejamento.
Desafios na Implementação
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o plano está em fase de “construção conjunta” com os nove estados da Amazônia Legal.
A pasta reconhece que a troca de gestão no início do ano contribuiu para os atrasos.
O plano inclui a construção de 6 bases fluviais e 28 terrestres.
Além da compra de viaturas, armas, lanchas e helicópteros, mas até agora não houve avanços significativos.
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Crime Organizado na Amazônia
A atuação de facções criminosas na Amazônia é uma preocupação crescente.
Relatórios indicam que pelo menos 22 facções, incluindo grupos estrangeiros, estão ativas na região. Disputando o controle de rotas de tráfico de drogas.
O Comando Vermelho (CV) é atualmente a facção dominante, mas o Primeiro Comando da Capital (PCC) também está expandindo sua presença.
O roubo de combustíveis é um problema grave na região.
De acordo com o Instituto Combustível Legal (ICL), esses roubos causam um prejuízo anual de cerca de R$ 100 milhões.
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Soluções Propostas por Especialistas
Especialistas e autoridades destacam a necessidade de cooperação entre o governo federal, estados e municípios.
Principalmente, para enfrentar a criminalidade na região.
Eles apontam que a vasta extensão territorial da Amazônia torna difícil para os estados e municípios enfrentarem esses desafios sozinhos.
A construção de mais bases de segurança é vista como crucial para combater a criminalidade.
O futuro do Plano Amazônia e o projeto Mejuruá
Embora o governo tenha realizado algumas ações pontuais, como a operação da base fluvial de Nova Era pela Polícia Federal, o Plano Amazônia: Segurança e Soberania ainda não foi implementado.
A construção de bases de segurança e a aquisição de equipamentos são passos essenciais.
E precisam ser realizados para enfrentar eficazmente o crime organizado e outras atividades ilegais na região amazônica.
Nesse sentido, a iniciativa privada demonstra estar à frente do governo, criando fortalecendo o mercado local.
Um exemplo dessas iniciativas é o comercio de créditos de carbono.
O projeto Mejuruá comercializa créditos de carbono, protege a floresta e ao mesmo tempo cria emprego na região.
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Por Ana Carolina Ávila